Conferência sobre a Flauta de Assis por Laura Pontecorvo

10-03-2014 (2a Feira) | 19h00 | 0.67

O TRAVERSO DE ASSIS

O que aconteceu à flauta nos primeiros 80 anos do século XVII? Este é um “buraco negro” na história da flauta, que após o seu florescimento na Renascença (temos muitas flautas renascentistas nas colecções europeias e também muitos exemplos iconográficos) desaparece, para reaparecer no final do século XVII em Paris no atelier da família Hotteterre. A Biblioteca do Convento de S. Francisco de Assis foi depositária durante muitos anos duma colecção de instrumentos de sopro: um baixão, quatro cornetos, uma flauta de bisel baixo e uma flauta travessa. Este último instrumento, tal como os outros dum construtor anónimo, é uma das raras flautas travessas construídas no século XVII conhecidas. A investigação sobre a origem deste instrumento bem como de toda a colecção, levada a cabo por Laura Pontecorvo nos arquivos do Convento é fascinante e plena de interessantes surpresas. O traverso de Assis é muito especial representando de facto o elo de transição entre a flauta renascentista e a barroca. Até há alguns anos, era comum considerar que o traverso não era tocado em Itália até aos últimos anos da segunda década do século XVIII, e em especial no Norte do país. Como explicar então a presença deste instrumento num convento franciscano no centro da Itália?

 

LAURA PONTECORVO

Nasceu em Roma e estudou com Marianne Eckstein, Peter Lukas-Graf e Marc Hantai. 
  
Durante muitos anos tem tocado nas mais importantes temporadas de concertos do mundo com vários grupos orquestrais ou de câmara com Concerto Italiano (Rinaldo Alessandrini), Europa Galante (Fabio Biondi), Accademia Bizantina, Divino Sospiro, Accordone, La Capella della Pietà dei Turchinni, L’Arte dell’Arco. 
  
Tocou como solista no Japão, Estados Unidos, Holanda, Israel, Alemanha, Itália, Portugal, Bélgica e Austria; Gravou para as etiquetas Opus 111, Naïve, Stradivarius, Brilliant, Dynamic e Inedita. 

É professora de Música de Câmara e flauta barroca no Conservatório de Música de Cosenza e no Instituto superior de Educação Giulio Briccialdi em Terni. Ministrou masterclasses de flauta barroca na Escola Superior de Música de Lisboa, no Real Conservatório de Música de Madrid e na Universitat Fur Musik und darstellende Kunst em Viena. 
  
Durante um recente ano sabático investigou nos arquivos da biblioteca do Convento de Assis as origens da colecção de instrumentos ali preservada, publicando um ensaio na Ricercare, Rivista per lo studio e la pratica della música antica. 
Como produto dessa investigação, gravou um CD com o grupo Helianthus recentemente editado pela etiqueta Brilliant: “L’e’ tanto tempo hormai: G. B. Buonamenteand the colection of Instruments at the Holy Convent in Assisi”. 
O próximo disco do grupo, previsto para a Primavera de 2014, é uma gravação dos Quartetos para flauta, viola e cravo obligato compostos por Carl Philipp Emmanuel Bach no último ano da sua vida.

 

Modificado em quinta-feira, 06 março 2014 17:14

Investigação

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